Eu que sempre fui de falar muito, me
calei. Não optei me calar, me faltou palavras. Eu que jurei que seria discreta,
e estou aqui, desarmada e impotente. É que precisava dividir minha dor com
alguém, ela está doendo fundo na carne, sem armadura, e dói ainda mais assim.
Precisava sair distribuindo culpas por ai, como se fossem panfletos. Precisava
vomitar tudo que não aconteceu pra não viver de estômago
embrulhado. Mas, tá tudo bem, vai passar, sempre passa. Era justamente isso que
me deixava triste, eu não queria que passasse, eu nunca quero o fim das coisas.
Não queria abortar a gente, e velar esse amor recém nascido. Eu não aceito, mas
não há nada que eu possa fazer. Depois disso, passei anos me limitando e
vivendo de espaços. Espaços que nem existem, ás vezes. E respeito, não aceito.
Sem clichê, sem egoísmo. Tá indo por que quer, só. Foi bom, foi amor… Foi, e eu
respeito.
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